Especial: 1993, ano do Brinquedo Assassino
Por Fernando Ramos
Os anos 90 foram anos marcantes na vida dos torcedores baianos, em especial o do Vitória, que nesta década montou grandes times e cresceu muito como instituição e clube, tendo uma mentalidade vencedora e formadora de talentos. E foi assim, nos novos talentos que o “Leão” desbravou e desafiou o Brasil, com seu “Brinquedo Assassino”.
Dessa forma foi chamado o time de 93, montado de uma forma inesperada, com a maioria dos jogadores vindos das divisões de base, mas também de jogadores com experiência tamanha para levar o rubro-negro para a finalíssima do brasileiro, de forma inédita e apresentando o Vitória para o país.
O time tinha jogadores carimbados, como o capitão Roberto Cavalo, o lateral Renato Martins, além de João Marcelo e Gil Sergipano (ambos campeões brasileiros pelo Bahia). Apesar de toda a experiência desses jogadores, não podemos negar que o que mais chamou atenção daquele time, era realmente a juventude. O camisa 10 Paulo Isidoro, o consagrado goleiro Dida, que na época tinha 19 anos, recém campeão mundial de juniores e a grande estrela do time, Alex Alves, jogador que desequilibrava e que era a revelação do campeonato. Além disso, o Leão contava com Pichetti, o zagueiro China e o centroavante Claudinho.
Realmente um grande time e que fica guardado na memória do torcedor até hoje, sem dúvidas. Até ser finalista do campeonato nacional, o Vitória enfrentou grandes clubes do país, com elencos fortíssimos. O rubro-negro venceu por 2-1 o Corinthians que estava invicto no campeonato até o momento, Além de passar por Santos e Flamengo em partidas históricas, como o 3-3 no Parque Antarctica contra o Alvinegro praiano e os 1-0 na Fonte Nova e 1-1 no Maracanã contra os rubro-negros cariocas.
Na grande final, o Vitória não conseguiu vencer o Palmeiras, que era realmente uma seleção, com Roberto Carlos, Edmundo, Edilson, Evair, Zinho, Cezar Sampaio e cia. Esta foi a equipe base da seleção de 94 e que conseguiu vencer bem o leão, por 1-0 na Fonte Nova e 2-0 no Morumbi. Apesar do resultado ruim na final, aquele time do Vitória ficou eternizado com grandes momentos no campeonato, como o golaço de Alex Alves contra o Corinthians, os golaços de falta de Roberto Cavalo, contra Santos, Corinthians e Flamengo, além das grandes defesas do goleiro Dida, que se mostrou pela primeira vez para o Brasil e para o mundo.
Apesar de ser um elenco novo e principalmente muito humilde, com a folha salarial inteira do time inferior a do atacante Edmundo do Palmeiras, o Vitória se mostrou para o Brasil exatamente do jeito que ele é, um time guerreiro, com jogadores jovens, velozes e com uma qualidade sensacional. Um Vitória que realmente ficou para história do clube, do futebol baiano e brasileiro.
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